Durante as últimas três décadas, os processos de qualidade, como o Seis Sigma, ajudaram as empresas a fazer cada vez melhor aquilo que já faziam. Grandes saltos na produtividade foram alcançados. Com a entrada do século XXI, o cenário mundial mudou. Novas tecnologias estão surgindo – como a robótica a inteligência artificial e a impressão 3D – e alterando os processos empresariais tradicionais.
Publicado em 05/07/2018
Para sobreviver, as empresas precisam buscar nova forma de operar. A resposta é a inovação, que passa a ser a única forma sustentável de sobreviver em um mercado em constante mudança.
Muitas empresas pensam que inovação é equivalente a geração de ideias. Outras já incorporam um processo para gerar ideias. Mas ainda são poucas que investem na grande transformação de seu DNA para se tornar inovadoras. Quando falamos de inovação, estamos falando em processo. As principais dimensões desse processo são estratégia, cultura, estrutura e resultados. Sem esses elementos equilibrados e bem definidos, a inovação se torna um simples jogo de adivinhação ou de sorte.
O processo começa com a definição de qual é a estratégia: definindo o seu caminho futuro, os principais pilares nos quais a empresa maximizará as suas competências ou criará novas. Depois, virão processos, estrutura e recursos. O processo pode ser fechado ou aberto. A velocidade de transformação é o critério que impulsionará a escolha. Quando a empresa opta por trazer ajuda do seu ecossistema, ela acelera a geração, aumenta a sua capacidade criativa e identifica talentos no mercado. Se a opção no primeiro momento for trabalhar em um processo fechado, é necessário que todos sejam envolvidos, capacitados e participem na contribuição criativa. O funil do processo aberto ou fechado é um portfólio de novos projetos que precisa ser administrado, avaliado continuamente e seus resultados mensurados. A governança de inovação, que pode ser um time, ou uma pessoa, é o responsável por todas as peças deste quebra-cabeça. Todo esse processo envolve tempo e uma grande mudança na forma. Se a estratégia da empresa privilegia a excelência operacional, o mindset existente terá uma grande contribuição e os resultados poderão ser muito bons. Porém, se existe no longo prazo um redirecionamento estratégico para um novo negócio em um novo mercado, o mindset existente já não será mais suficiente. Esta é a diferença quando se cria estratégias que motivam o incremental (mesmo negócio para o mesmo mercado) ou o disruptivo (novo negócio para um novo mercado). No segundo caso, o processo, as competências, o risco e as pessoas envolvidas deverão ser outras. E o mindset também deverá ser outro.
Como estimular as pessoas a serem mais criativas? Primeiro passo é a motivação. É preciso desafiar os hábitos. Começar a quebrar os dogmas existentes. Questionar sempre. Usar sempre o “por quê” o “por que não” e inserir novas possibilidades com o “e se”?
Para mudar a forma de pensar é preciso desenvolver as competências de descoberta, que são: observar, questionar, associar, experimentar e conectar. A observação possibilita identificar novas necessidades no mercado ou novas tarefas que não estão sendo cumpridas. Ambas são as principais fontes de inovação. O questionamento desafia os hábitos e as percepções, abrindo novas possibilidades. Elimina a acomodação. A associação de ideias, pessoas e negócios amplia as dimensões e as fronteiras. Une pensamentos divergentes para gerar convergência inovadora. A Nike e a Apple se associaram para criar o Nike Plus, que usa um sensor no tênis para captar os sinais vitais durante a corrida. Esses sinais são captados pelo iPod e enviados para o site da Nike Plus, mudando drasticamente a forma de se usar o tênis de corrida. Tecnologia convergindo com esporte.
O experimentar novas tecnologias, novas parcerias, novos modelos de negócio é o resultado do processo. A internet trouxe uma mudança não linear, e essa mudança possibilitou a criação de novos modelos de negócio, como o eBay e a Amazon.com. As redes sociais lideradas pelo Facebook, LinkedIn e outras é o conectar. Criando rupturas e dando transparência aos hábitos pessoais e empresariais.
Como fazer?
Faça mudanças pequenas que transformarão as rotinas. Toda vez que fizer algo novo, não peça feedback e sim colaboração. Não se censure, pois não existem respostas certas ou erradas, a realidade é ambígua. Pense que ideias são somente possibilidades. Não pare na primeira ideia, sempre poderá acrescentar algo diferente ou melhor. Não existe fracasso, mas sim o aprendizado do que não funciona Somos viciados em nossas crenças e valores e perdemos grandes oportunidades para causa disso. Tenha foco, as distrações são inimigas da criação. E, por fim, use a emoção. É preciso gostar e ter paixão pelo que se faz para acessar o potencial criativo. E tudo isso começa com uma simples ideia!
Paixão, estratégia, motivação, definição de recursos e construção coletiva: conheça os elementos que envolvem um processo de criação. O caminho é longo.
Um processo de inovação bem estabelecido passa pelo entendimento das necessidades ou dos problemas que precisam ser resolvidos. Os consumidores não compram um produto ou um serviço, eles compram a solução de um problema. A inteligência coletiva é chave para este processo de criação.
Novos conceitos de orçamentação conseguem alcançar melhorias contínuas no planejamento e na execução de uma peça orçamentária, realizando uma análise minuciosa da relevância de cada gasto para o alcance dos resultados projetados e mensurando como cada um deles agrega valor a uma determinada operação.
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Eder Mutinelli Partner & Executive Committee Member - Sao Paulo