E quando chegar a hora da retomada dos negócios?

Publicado em 28/04/2020

Crises como esta que estamos atravessando geram inúmeras incertezas, a começar pelos impactos causados nas empresas e nas pessoas físicas, seja em termos psicológicos por eventuais perdas pessoais, na retração dos negócios ou na alteração do fluxo de operações de atividades até então rotineiras.

Do mesmo modo, o período pelo qual a crise deve se estender segue o mesmo caminho de incertezas. No entanto, tomando por base outras crises já enfrentadas, é possível concluir que elas têm começo, meio e fim. Assim, planejar desde já o que fazer para o momento da retomada das operações será crucial para reduzir riscos, minimizar custos e maximizar o alcance dos resultados esperados.

Elencamos alguns aspectos que podem contribuir para a elaboração de um planejamento estruturado, facilitando a retomada das operações.

Atenção para as orientações das autoridades sanitárias

Será importante considerar as orientações desses órgãos para preservar o bem-estar dos colaboradores. Ações precipitadas podem comprometer a estrutura operacional da empresa, com baixas por contaminação, além de afetar a imagem da organização por eventuais acusações de negligência.

Assim, preservar grupos de risco, estabelecer ações de higiene, recomendar o uso de máscaras e evitar aglomerações desnecessárias são medidas que podem contribuir para afastar os problemas. Também considere ajustar horários de entrada, saída, almoço e de reuniões. Vale lembrar que as ações podem ser adaptadas às circunstâncias.

Identifique se há aspectos positivos nas atividades em isolamento 

Analise cuidadosamente as rotinas anteriores ao isolamento e aquelas implantadas durante a quarentena, buscando identificar aspectos positivos e negativos dos dois períodos. Isso poderá trazer lições importantes e apoiar as decisões ligadas à retomada dos negócios.

Um aspecto quase unânime é que muitos aprenderam a trabalhar em regime de home office, o que era uma alternativa presente ou pretendida por muitos, mas que, por alguma razão, nunca foi colocada em prática.

As justificativas para isso são muitas –  e várias delas tinham fundamentos. O fato é que hoje é uma alternativa viável. Assim, analisar a sua manutenção, mesmo que em determinados postos, pode gerar ganhos significativos, como redução de custos de aluguel, energia elétrica, manutenção, segurança, estacionamentos, entre outros.

Mais uma vez, o planejamento das ações com antecedência se mostra necessário. Imagine uma situação em que uma empresa de serviços, por exemplo, não avalia este item e promove um retorno em massa às posições anteriores. Posteriormente, percebe que poderia ter se mantido na situação anterior. Haveria, então, custos para realocar posições e talvez outros para remanejar.

Reveja a estrutura de negócios

O planejamento deverá revisitar a estratégia da empresa e o modus operandi em que os negócios se encontram estruturados. Nesse sentido, também há boas lições em função dos movimentos efetuados pelas empresas, buscando adaptá-las ao momento atual, como o movimento acelerado de estruturação das vendas do varejo via e-commerce.

Esse poderá sem um movimento sem volta, ou seja, empresas fecharam lojas físicas forçadamente, mas provavelmente não irão reabri-las – ao menos não no modelo anterior. Essa reavaliação pode trazer ganhos importantes, como redução de custos de aluguel, energia elétrica e até pessoal – somente para citar algumas das principais despesas do varejo.

Para os colaboradores, provavelmente também haverá benefícios, pois poderão reduzir o tempo e os custos de deslocamento. Esse tempo economizado poderá ser investido em atividades extras que, com o ritmo pré-pandemia, seriam mais difíceis, como lazer, tempo em família e cursos de especialização.

Amplie ferramentas de previsões orçamentárias

Contar com ferramentas que propiciem o desenho de diferentes cenários sobre o desempenho e acompanhamento das previsões dos negócios será fundamental para determinar as diretrizes e ações a serem tomadas. É provável que a crise traga efeitos relevantes em termos de prejuízos e redução do volume dos negócios.

Seus impactos devem ser percebidos por um longo período, de forma de que a retomada dos padrões de sustentabilidade e crescimento seja gradativa e volátil. A capacidade de estimar e prever cenários dos indicadores de mercado será chave para alcançar os objetivos, potencializando ações assertivas.

Inovação como premissa do negócio 

Fazendo uso de jargão já conhecido: crise é sinônimo de dificuldade, mas muitas delas abrem inúmeras janelas de oportunidades. Estar atento a oportunidades em novos cenários econômicos, necessidades de clientes e não clientes pode ser determinante para identificar novos meios de construir ou estruturar produtos para o atendimento de uma nova demanda.

A inovação nem sempre está associada a grandes mudanças ou a criação de algo inexistente, já que também pode significar a redefinição do formato atual para obtenção de maior eficácia. Remodelar um produto ou serviço sem grandes modificações ou investimentos pode ser suficiente para ampliar a percepção do mercado e a atratividade intrínseca.

Aperte o cinto

Foque em atividades prioritárias, concentrando investimentos e custos no essencial. Esforce-se para eliminar ao máximo despesas não atreladas à sua receita. Renegocie novamente com parceiros, fornecedores e funcionários. Realinhe e renegocie linhas de financiamento de OPEX e CAPEX, com foco no longo prazo.

Essas são algumas das ações e premissas que deverão nortear o foco da gestão financeira das empresas. O equilíbrio dessas ações e a união ao plano estratégico da empresa poderão determinar o sucesso e a sustentabilidade do negócio.

 

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